Palestras foram realizadas nas unidades da rede municipal de ensino do município

 

A vice-prefeita de Barra Mansa, Fátima Lima, participou nesta sexta-feira, 24, de uma palestra do Programa Saúde na Escola (PSE) na Escola Municipal Venerável Humberto Amaral, que marcou o encerramento da Semana de Conscientização sobre a Anemia Falciforme no município. A atividade foi realizada pela equipe do PSF Jardim Primavera, com a presença da enfermeira Natália Gavião e da auxiliar Daiara Viana.

As palestras da semana especial de conscientização foram realizadas nas unidades da rede municipal de ensino e promovidas pelo Programa Saúde na Escola. Em Barra Mansa, a iniciativa faz parte no decreto n° 9917, do dia 31 de Julho de 2020, assinado pela própria vice-prefeita, que tem como principal finalidade divulgar as informações sobre a doença, que tem origem genética, é hereditária e predomina entre a população preta e parda.

As abordagens são fruto dos trabalhos realizados pela Gepir (Gerência de Promoção a Igualdade Racial) desde 2017, em parceria com as Secretarias de Saúde e Educação. “Realizamos diversas ações estratégicas com foco no combate à discriminação e a segregação racial. Trazer esse evento para as escolas, envolvendo crianças e jovens de diversas faixas etárias, é de extrema importância, já que nos permite ampliar o debate, inclusive, de combater o racismo”, destacou Fátima Lima.

A coordenadora do PSE, enfermeira Vivian Gomes, destacou que a doença pode trazer várias demandas, portanto, o tema no ambiente escolar é muito importante. “Pouco se fala sobre a Anemia Falciforme, assim sendo,  trazer o tema para o ambiente escolar se faz necessário, até mesmo para evitar a  estigmatização do aluno acometido pela doença e destacar a necessidade de ampliação do entendimento sobre a Anemia Falciforme”.

 

A DOENÇA – A Anemia Falciforme se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e, consequentemente, a oxigenação dos tecidos.

As hemácias falciformes contêm um tipo de hemoglobina, chamada hemoglobina S, que se cristaliza na falta de oxigênio, formando trombos que bloqueiam o fluxo de sangue, porque não têm a maleabilidade da hemácia normal. Pessoas negras são mais atingidas pela doença por fatores genéticos.

 

CAUSAS – A doença é causada por mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe. Se for transmitido apenas por um dos pais, o filho terá o traço falciforme, que poderá passar para seus descendentes, mas não a doença manifestada.

 

SINTOMAS:

  • Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos;
  • Dores articulares;
  • Fadiga intensa;
  • Palidez e icterícia;
  • Atraso no crescimento;
  • Feridas nas pernas;
  • Tendência a infecções;
  • Cálculos biliares;
  • Problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais;
  • Priapismo.

 

DIAGNÓSTICO – A eletroforese de hemoglobina é o exame laboratorial específico para o diagnóstico da doença, mas a presença da hemoglobina S pode ser detectada pelo teste do pezinho quando a criança nasce. Em Barra Mansa, o exame pode ser solicitado na rede pública de saúde.

 

TRATAMENTO – Os portadores precisam de acompanhamento médico constante. Quanto mais cedo começar, melhor será o prognóstico. Apesar de o tratamento não ser específico, em algumas situações pode haver indicação de ações para diminuir as crises dolorosas (hidroxiureia), isquemias cerebrais de repetição (terapia de transfusão regular), terapia da quelação de ferro para aqueles que recebem transfusões com frequência e acumulam ferro no organismo e, mais raramente, a troca de hemácias (eritracitaferese).