Fenômeno natural provoca alterações nos processos de tratamento

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Barra Mansa (Saae-BM) explica à população sobre as razões das possíveis paralisações no abastecimento de água do município neste período de chuvas intensas e constantes. As interrupções são provocadas pelas intercorrências nas áreas de atuação da autarquia.

Desde a captação de água, passando pelo tratamento e sua distribuição, até o sistema de esgotamento sanitário, de drenagem e de limpeza e conservação da cidade, todos são prejudicados com as chuvas intensas. Entretanto, o abastecimento público é o serviço cuja população mais sente os prejuízos nas paralisações.

Para a água chegar às residências, há um ciclo de tratamento, começando com a captação no rio, passando pela etapa de clarificação, desinfecção, fluoretação, correção de acidez, controle de qualidade e distribuição para a população. Desde o início do processo na Estação de Tratamento de Água, até as torneiras, a água demora em média de três a quatro horas. Caso algum fator provoque a interrupção de qualquer etapa, gera-se um desequilíbrio no fornecimento.

A gerente de Operações do Saae-BM, Raquel Almeida, explica que são três fatores principais que provocam a interrupção da distribuição, sendo eles: falta de energia, elevação dos rios e a qualidade dos mananciais.

“Todo o nosso processo depende de energia, em todas as etapas, e quando há falta dela o nosso processo para. Não conseguimos captar a água dos rios, realizar a dosagem dos produtos químicos para o tratamento e muito menos fornecê-la. Além disso, nós sofremos com as elevações do rio, que provoca um carreamento de materiais, como galhos e lixos, causando redução da vazão de captação e inviabilizando o funcionamento da unidade”, diz.

Raquel ainda comenta sobre o Índice de Turbidez, ou seja, a medição da quantidade de partículas em suspensão na água. “A água com coloração barrenta apresenta alto índice de turbidez. A alteração na qualidade de água dos mananciais afeta diretamente o Saae com o desgaste dos equipamentos e a necessidade de maior dosagem de produtos químicos no tratamento para torná-la potável. O aumento deste índice nos rios pode chegar a níveis que inviabilizam o processo de tratamento, levando a sua interrupção pela necessidade de garantir o padrão de qualidade da água distribuída em conformidade com as normas vigentes”, concluiu.

O diretor executivo do Saae-BM, Adilson Rezende, ressalta que a autarquia disponibiliza em torno de dois milhões de litros de água por hora para distribuição.

“Se o processo for interrompido em algum momento, provavelmente alguma região será afetada, mas o Saae trabalha de forma empenhada todos os dias do ano, 24 horas por dia, para evitar qualquer dificuldade. O calor também provoca aumento no consumo de água, pedimos sempre à população para fazer o uso adequado de água, evitando desperdícios para não haver maiores transtornos”, concluiu.