Evento contou com a participação dos profissionais da rede municipal de saúde envolvidos diretamente nos serviços terapêuticos

 A troca de experiências entre profissionais da saúde mental, com ênfase na clínica do cuidado psicossocial, foi a tônica do II Seminário Interno do Programa de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas de Barra Mansa. O encontro foi realizado nesta quinta-feira, 05, no UBM (Centro Universitário de Barra Mansa) e teve como público alvo psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras, enfermeiros, técnicos em enfermagem, terapeutas ocupacionais, cuidadores, professores de educação física, auxiliares de serviços gerais e recepcionistas que convivem diretamente com cerca de 2,5 mil usuários dos serviços de sáude mental ofertados pelo município. Esses pacientes perderam vínculos familiares e tiveram longas internações em clínicas psiquiátricas.

O encontro debateu sobre a reforma psiquiátrica e contou com mesas eixos versando sobre os temas: cuidado psicossocial e a clínica ampliada; cuidado psicossocial da criança e a família; sujeito e redução de danos; morar, residir e viver.

De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, Maria Elvira da Cunha Franco Dias, o principal objetivo do seminário foi capacitar e atualizar os profissionais que atuam nos seis dispositivos de atendimentos do município: Caps II para adultos com transtornos mentais graves; Capsi para crianças e adolescentes com transtornos metais graves e uso prejudicial de álcool e outras drogas; Caps AD para adultos com uso prejudicial de álcool e outras drogas e os três residências terapêuticas, que atende aqueles que perderam todo e qualquer vínculo familiar.

– A ideia do seminário foi discutir a rede e os nossos serviços no cotidiano, favorecendo a troca de experiência e potencializando resultados. Hoje, vivemos numa sociedade que busca a felicidade a qualquer custo, uma realidade onde o ter se sobressai sobre o ser. Neste contexto, as pessoas amargam frustrações diversas com as quais têm dificuldade de conviver. Esse fato aumenta a probabilidade das pessoas se desestruturarem com seus sofrimentos e desencadear em transtornos mentais e desvios de comportamento. Em outros casos, o refúgio para as decepções é encontrado no uso de álcool, outras drogas e ainda de ansiolíticos, sem prescrição médica – destacou Elvira.

A coordenadora também enfatizou sobre os procedimentos realizados pela rede de saúde do município. “A internação é o último recurso e quando há esta necessidade, é feita na Santa Casa com a finalidade de tirar o paciente da crise. Na sequência, ele retorna ao convívio social. O município dispõe de equipes multidisciplinares que podem auxiliar os pacientes com transtornos mentais”.

Elvira ressaltou ainda as mortes, maus tratos e a superlotação que ocorriam dentro dos manicômios. “Os óbitos ocorriam por fome, frio, doenças e queda da própria altura. Uma realidade muito cruel. Todo um trabalho foi construído e em abril de 2001 com a lei 10.216, a reforma psiquiátrica brasileira foi instituída legalmente. O Brasil reformulou a sua política de proteção às pessoas portadoras de transtornos mentais e redirecionou o seu modelo assistencial em saúde mental, fechando clínicas”, concluiu.

ATENDIMENTOS – Os serviços de pronto-atendimento aos pacientes terapêuticos são realizados de segunda à sexta-feira, de 8 às 17 horas, nos seguintes endereços:

 – Capsi para crianças e adolescentes com transtornos metais graves e uso prejudicial de álcool – Rua Francisco Vilela, 337, Centro – tel (24) 3323-6077

– Caps II para adultos com transtornos mentais graves – Estação Mental – Rua Cristovão Leal, 43, Centro – tel (24) 3322-0275

– Caps AD para adultos com uso prejudicial de álcool e outras drogas – Rua Professor Pedro Vaz, 57, Centro – tel (24) 3323-5005