Encontro serviu para alinhar estratégias e discutir ações que visem desconstruir o racismo estrutural

O racismo e a intolerância racial nunca estiveram em tanta evidência quanto nos últimos dias. Para discutir o assunto e buscar meios para que essa realidade esteja cada vez mais isolada de Barra Mansa, o prefeito Rodrigo Drable, juntamente com a vice-prefeita Fátima Lima, se reuniram com representantes das políticas raciais para tratar de ações que levem o entendimento e estimulem a igualdade entre os povos.

O encontro aconteceu nesta quinta-feira (04), no gabinete de Drable e contou com a participação de representantes da Gerência de Promoção da Igualdade Racial (Gepir), Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Comuppir), Pastoral Afro, Comissão de Igualdade Racial e Intolerância Religiosa da OAB de Barra Mansa, Fundação Cultura, Slam da Matriz, Organização e Integração de Conscientização Negra (OICN), Movimento Negro Unificado (MNU) e também do vereador Gilson Poxa Vida.

Rodrigo Drable fez questão que todos os presentes se apresentassem e falassem suas ideias sobre como mudar essa realidade. Para ele esse é um importante encontro, diante dos últimos acontecimentos no país e no mundo. “Precisamos tornar esse momento periódico para que ele se torne resolutivo. Realizamos projetos e palestras abordando a igualdade racial nas escolas, mas sei que ainda há muito para ser feito. Além disso, tenho orgulho em ter ao meu lado a minha vice-prefeita que é mulher, professora, pastora e negra. Para mim ela é um exemplo de competência e é isso o que me chama atenção nela. Não podemos permitir que as pessoas sejam julgadas pela cor da pele e não por sua capacidade de desenvolver boas ideias e práticas”, refletiu o prefeito.

A vice-prefeita Fátima Lima, relembrou que, enquanto vereador, o atual prefeito elaborou uma lei municipal a favor da comunidade negra e é em cima desta conquista que os projetos são desenvolvidos em Barra Mansa. “Quando assumimos o Executivo tivemos que criar um órgão para que pudéssemos desenvolver os nossos projetos. De início focamos nas áreas de educação, saúde e cultura. Com isso reafirmamos que vidas negras importam. Digo isso com autoridade por ser mulher, negra e muitas vezes sinto que as pessoas não nos enxergam. Cada pessoa é de um jeito, isso é lógico, mas não somos inferiores e precisamos estar unidos nesta luta pelos direitos iguais”, afirmou.

A coordenadora do Lar Acolhedor de Barra Mansa e representante da Comupir, Rosangela Nogueira, disse que uma das maiores vítimas do racismo são as crianças. “Hoje posso afirmar que 99% das crianças abrigadas em lares acolhedores são negras. Em Barra Mansa não é muito diferente. Nosso trabalho tem que ser ainda mais intenso, por isso desenvolvemos momentos de conversas, incentivamos a autonomia e a profissionalização. Recentemente fizemos uma adoção interracial, isso mostra que o conceito está mudando e as pessoas estão mais libertas do preconceito”, concluiu Rosangela.