Reforma preservou elementos históricos da construção original
Um dos principais prédios de Barra Mansa, o Palácio Barão de Guapy, está entrando em fase final de restauração. As obras, com previsão de conclusão para os próximos meses, preservaram as características arquitetônicas originais e incluem recuperação da fachada e do piso térreo, pintura, nova rede elétrica, climatização e uma área de lazer.
O prefeito Rodrigo Drable tem acompanhado de perto a evolução dos serviços e falou sobre a restauração. “Esta é uma obra que todos nós estamos ansiosos há muito tempo para que ela seja concluída. É uma obra que foi abandonada pelo empreiteiro, teve problemas no financiamento da Caixa Econômica, mas que agora está andando e em breve vai ser entregue. A gente está concluindo a concretagem do piso e com isso os resultados visuais desse andamento vão ser mais perceptíveis”.
O presidente da Fundação Cultura Barra Mansa detalhou o andamento das obras. “A parte mais crítica e sensível já está muito avançada, que é a recuperação do prédio. Faltam as esquadrias de madeira do segundo andar e a nova instalação elétrica. O prédio foi concluído em 1861 e a energia elétrica chegou em Barra Mansa em 1910. A instalação elétrica entrava pela fachada. Vamos remover tudo isso e fazer o cabeamento subterrâneo”.
Uma das novidades é a criação de um espaço aberto, anexo ao prédio, que será futuramente utilizado para a realização de pequenos eventos, como peças de teatro, apresentações musicais e gastronomia. “Em algum momento na história, os canteiros foram construídos colados ao prédio para afastar as pessoas. Agora isso mudou. A ideia é que as pessoas se aproximem, tomem posse daquele lugar, porque ele pertence à população. Nos preocupamos com a acessibilidade no entorno e instalamos pisos táteis e de alto contraste para dar locomoção para pessoas cegas e de baixa visão. O objetivo é o encontro do prédio histórico com a praça no século 21”, explicou Bravo.
A reforma foi aprovada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, o Inepac, e realizada após um estudo aprofundado sobre elementos arquitetônicos, utilizando fotos, imagens e a planta, além de uma prospecção estratigráfica, que é uma análise em relação às camadas de tinta aplicadas ao longo do tempo, para chegar na cor original.
Bravo destacou o cuidado que a prefeitura e a Fundação Cultura tiveram em manter a identidade do local. “O processo de restauração estava há quatro anos travado, porque o Inepac não aprovava a proposta arquitetônica da outra gestão. Fizemos do jeito certo e tomamos como inspiração e referência o projeto original. Levamos em consideração a sinuosidade dos canteiros proposta por Auguste François Marie Glaziou no Parque Centenário. Para nós é um privilégio ter um parque com a assinatura do Glaziou”.
Mesmo durante as obras, a Fundação Cultura e a Biblioteca Municipal Adelaide Franco estão funcionando de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. Atendimentos podem ser agendados pelo telefone 3029-9365 ou pelo Facebook: /culturabarramansa.
Palácio Barão de Guapy
O palácio começou a ser construído em 1836. A obra ficou paralisada até 1857, quando foi reiniciada pelo presidente Comendador Lucas Antônio Monteiro de Barros e inaugurada no dia 3 de outubro de 1861, na administração de Joaquim José Ferraz de Oliveira, o Barão de Guapy.
Inicialmente, o prédio passou a abrigar a Câmara Municipal e o Poder Judiciário. Mais tarde, em 1873, foi criada a Biblioteca Pública Municipal e em 1914, a Prefeitura Municipal, que também foi instalada no local.
Tombado pelo Inepac, o Palácio Barão de Guapy é o mais rico exemplar neoclássico do município, valorizado pelo requinte das fachadas, com a presença de vãos em arco pleno individualizados pela série de pilastras verticais com delicados capitéis. A cobertura da fachada é arrematada em toda sua extensão por balaústres e um frontão triangular decorado com o Brasão Imperial.