Filme ‘Último Domingo’ foi contemplado pelo Edital Curta Barra Mansa, com recursos da Lei Aldir Blanc
O 50° Festival de Cinema de Gramado, que acontece de 12 a 20 de agosto, no Rio Grande do Sul, reunindo filmes nacionais inéditos e produções internacionais exibidas em outros festivais. Nesta edição de 2022, Barra Mansa estará representada na categoria ‘Curtas-Metragens Brasileiros’ com o filme ‘Último Domingo’, que tem Renan Brandão como um dos diretores e roteiristas.
O curta, que é uma adaptação do capítulo inicial do livro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, do consagrado escritor José Saramago, conta com apoio da Fundação Cultura (FCBM), através do Edital Curta Barra Mansa, publicado em 2020, com recursos da Lei Aldir Blanc e teve como objetivo semear as primeiras provocações e ações para desenvolver o audiovisual na cidade.
De acordo com o presidente da FCBM, Marcelo Bravo, o audiovisual era um setor praticamente inexpressivo em Barra Mansa até pouco tempo, mas para mudar esse cenário foi investido em recursos financeiros, políticos e administrativos para incentivar a estruturação dos agentes que compõem essa cadeia produtiva.
“Verificamos que profissionais de diversas áreas que compõem o setor não se relacionavam ainda, ou que não se conheciam. Esse movimento possibilitou a criação de novos arranjos e vemos atores, diretores, roteiristas, produtores, figurinistas compartilhando seus trabalhos e produzindo curtas, documentários, séries e podcasts. Hoje, o setor é representado no Conselho de Cultura, foram criados editais específicos para a área e criamos o Barra Mansa Festival de Filmes, ocupando o cinema da cidade com produção local”, disse Bravo.
‘Último Domingo’ foi contemplado no edital publicado pela Fundação Cultura, em 2020, para captação de recursos através da Lei Aldir Blanc, que estabelece uma série de medidas emergências para o setor cultural e criativo, fortemente impactado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“O Renan Brandão é uma grande referência de cinema para nossa região. Incentivar uma produção como a do filme ‘Último Domingo’ desperta nas novas gerações o interesse em ingressar em carreiras relacionadas. Vivemos numa cidade criativa, que envolve os artistas de linguagens como a música na composição de trilha sonora, maquiagens, desenho e confecção de figurinos, entre outras profissões. E não menos importante, devemos destacar a intensa atividade de atores e atrizes que praticam a arte dramática prioritariamente em teatro”, destacou o presidente da Fundação Cultura.
Setor Audiovisual
Renan Brandão destacou a importância da Fundação Cultura para o desenvolvimento do setor audiovisual e o incentivo na realização do projeto.
“Mesmo antes da pandemia, ou da Lei Aldir Blanc, a Fundação Cultura, em especial na pessoa do presidente Marcelo Bravo, já apoiava o projeto de rodar o filme, não só em Barra Mansa, mas em outras cidades da região. A Fundação sempre esteve aberta em colaborar, faz encontros com o setor para que possamos expor nossas opiniões e demandas; tem se construído um diálogo muito fluido, direto e interessante com os agentes culturais. Com aprovação da lei, veio a oportunidade do edital e eu inscrevi o roteiro ‘Último Domingo’ e fomos selecionados e foi o ‘start’ para o desenvolvimento do projeto”, explicou Brandão, acrescentando:
“É a realização de um sonho poder fazer cinema no lugar de onde eu vim e o apoio da Fundação Cultura, do Marcelo Bravo e é claro da Pilar Del Rio, que é viúva do Saramago e me deu os direitos do trecho, foi essencial para o projeto sair do papel e agora temos essa estreia linda que é em um dos principais festivais de cinema, que é o Festival de Cinema de Gramado”.
Sinopse: A madrugada apresenta-se estranha, com prenúncio de mudança. Na manhã seguinte, Maria recebe uma visita misteriosa que deixa José perturbado e a levará a ressignificar seu próprio destino. Livremente inspirado em trecho da obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” de José Saramago.
O filme buscará explorar os laços afetivos de personagens bíblicos, propondo um novo olhar para estas personalidades símbolos do cristianismo, não como um filme religioso, mas sim como uma reflexão pertinente acerca do patriarcado em uma das passagens mais conhecidas das escrituras.
O projeto promoverá um encontro autoral da cultura afro e do feminino com a literatura de Saramago. Difundindo temas importantes da nossa sociedade atual, encontra solo fértil para a disseminação da literatura em língua portuguesa através do cinema nacional.