Evento foi direcionado aos familiares de pacientes atendidos na unidade. A vice-prefeita, Fátima Lima, e o vereador Eduardo Pimentel prestigiaram a atividade
Encerrando a campanha Fevereiro Roxo, o Centro de Atendimento do Idoso de Barra Mansa, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, promoveu na tarde desta sexta-feira, 25, palestra sobre o mal de Alzheimer. Ministrada pelo neurologista e coordenador do Programa de Prevenção e Tratamento à doença, Elder Sarmento, as informações foram direcionadas aos familiares de pacientes atendidos na unidade. Na oportunidade, o médico destacou que somente o amor e o respeito são capazes de dignificar o paciente acometido pelo Alzheimer.
Presente ao evento, a vice-prefeita, Fátima Lima, disse da importância de os participantes serem multiplicadores de conhecimentos. “O que vocês aprenderem aqui, deve ser repassado ao maior número de pessoas para que possamos oferecer o cuidado e a atenção adequada às pessoas com mal de Alzheimer”.
O vereador e ex-coordenador do Centro do Idoso, Eduardo Pimentel, também prestigiou a atividade e relatou a experiência vivida com a avó, que tem a doença há pelo menos 20 anos. “Sempre tivemos o maior cuidado para amenizar os impactos provocados pela demência e relativamente, obtivemos êxito. A dificuldade maior veio recentemente com o falecimento do meu avô. Este fato realmente mexeu muito com ela, mas nem por isso perdemos a sensibilidade essencial para os cuidados do dia a dia”.
A DOENÇA
Segundo o neurologista Elder Sarmento, o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa crônica, sendo a forma mais comum de demência. Ela se manifesta e lentamente e vai se agravando ao longo do tempo, tendo como sintoma inicial mais comum a perda de memória a curto prazo, com dificuldades em recordar eventos recentes.
“O cérebro de um paciente com doença de Alzheimer sofre um processo degenerativo, progressivo e irreversível, com morte de neurônios localizados principalmente em regiões específicas do cérebro, responsáveis pela memória e outras funções cognitivas, afetando não somente a memória, mas também o comportamento, a linguagem, a atenção e a capacidade de planejamento. O que influencia seu desempenho para as atividades de vida diária”.
Ele também explicou que o Alzheimer é mais comum entre pessoas a partir dos 60 anos de idade, mas pode ocorrer em pessoas mais jovens. A doença é mais comum em mulheres. “Hoje, a medicina é voltada para o diagnóstico precoce e as medicações existentes tornam os efeitos da doença sobre o paciente mais leves. Por isso, o acompanhamento médico é tão importante e isso vale também para os familiares, já que este idoso se torna dependente. Temos que ser cuidadosos ao caracterizar o paciente com Alzheimer. Ele não é uma pessoa que voltou a ser criança, é um adulto doente. Esse respeito a sua identidade é fundamental”.
Apenas 20% dos pacientes acometidos pelo Alzheimer têm fatores hereditários como causa da doença. Assim sendo, 80% dos doentes podem ter como fundamento da demência o sedentarismo, o acúmulo de gordura no sangue e a consequente elevação das taxas de colesterol e triglicerídeos, além das diabetes e hipertensão.
Diante deste contexto, o Centro do Idoso vem investindo cada vez mais na qualidade de vida desses pacientes. De acordo com o coordenador da unidade, Jesse Luiz Mendes de Oliveira Trindade, a unidade atende cerca de mil pacientes com Alzheimer. “As primeiras consultas são realizadas pelo clínico geral e havendo suspeita da doença, o paciente é encaminhado diretamente para a geriatra e especialista em demência, Renata Fernandes, e o neurologista Elder Sarmento. Os atendimentos acontecem sempre às terças-feiras, a partir das 14h, e às quartas-feiras, a partir das 8h”.
No próximo mês, o Centro do Idoso deve retomar o atendimento e atividades em grupo, suspensos temporariamente devido à pandemia da Covid-19. Por entender que a família é a base de sustentação aos pacientes com Alzheimer, a unidade também oferece atendimento psicológico àqueles envolvidos diretamente nos cuidados cotidianos desses idosos.