A barreira linguística continua sendo um grande desafio quando o assunto é inclusão social

 

O Cemae-BM ( Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado) promoveu na tarde desta quarta-feira (28), palestra com o tema “Surdez e Relações Familiares”. Ministrada pela psicóloga e intérprete da rede municipal de ensino Caroline Nunes Lopes, o evento foi realizado no auditório da seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e teve a finalidade de discutir sobre o quanto a barreira linguística pode comprometer o desenvolvimento e a inclusão dos surdos.

A palestra também foi uma alusão ao Dia Nacional dos Surdos e as atividades relativas ao Setembro Azul – Mês de Visibilidade da Comunidade Surda.

Caroline afirmou que a comunicação entre os pais, familiares e o surdo ainda é um grande desafio. “Aprender a língua de sinais é primordial para estabelecer um diálogo com a pessoa deficiente auditiva desde cedo. A demora no acesso à Libras pode comprometer expressivamente sua inclusão social”.

De acordo com a coordenadora do Cemae, Sônia Coutinho, a rede municipal de ensino oferece o curso de Libras para os pais e profissionais que atuam com deficientes auditivos. “As aulas acontecem uma vez por semana, no Colégio Municipal Marcelo Drable e no próprio Cemae, pela manhã, tarde, noite e no intervalo de almoço. O curso é totalmente gratuito e tem duração de seis meses”, detalhou.

A importância do teste da orelhinha

Ainda durante a palestra, Caroline Nunes disse da importância da realização do teste da orelhinha como forma de detectar a deficiência auditiva de maneira precoce. “O procedimento é obrigatório, gratuito e não machuca o bebê. Normalmente é realizado durante o sono entre o 2º e 3º dia de vida do bebê. Em alguns casos, pode ser recomendado que o teste seja repetido após 30 dias, principalmente quando há maior risco de alterações auditivas, como no caso de recém-nascidos prematuros, com baixo peso ou cuja mãe teve alguma infecção durante a gravidez que não foi devidamente tratada”, explicou.

Através do teste da orelhinha, o fonoaudiólogo e o pediatra podem avaliar a capacidade auditiva do bebê e, caso seja necessário, indicar o início de tratamento específico.

 Durante o procedimento, o médico coloca um aparelho na orelha do bebê que emite estímulo sonoro e mede o seu retorno através de uma pequena sonda que também é inserida na orelha no bebê. Em cerca de 10 minutos, o médico pode verificar se existem alterações que devem ser investigadas e tratadas.