Atendimento gratuito é feito mediante encaminhamento do médico que acompanha o paciente
Com o objetivo de facilitar o acesso aos pacientes portadores de imunodeficiência e de outras condições especiais de morbidade, a Prefeitura de Barra Mansa, através da Secretaria de Saúde, dispõe do setor de Referência Municipal de Imunobiológicos Especiais, ofertando vacinas não disponibilizadas na rotina básica. De acordo com a coordenadora de Imunização do município, Marlene Fialho, o serviço é oferecido gratuitamente.
“O cidadão só se lembra das vacinas em período de campanha ou quando está sob risco iminente de uma doença que vem assolando a sociedade como por exemplo, a Covid-19, por medo de complicações, internações até de morte. Na rotina básica, em todos os públicos, há um calendário a ser seguido, mas, além disso, existem condições clínicas que os pacientes precisam tomar imuno especiais”, explicou Marlene.
O Setor de Referência Municipal de Imunobiológicos Especiais oferece atendimento para pessoas com doenças crônicas e imunosuprimidas, em tratamento específico que necessite da vacinação. Portadores de HIV e transplantados, ou seja, pacientes com menor capacidade de responder aos estímulos dos imunizantes, têm maior chance de desenvolver complicações, caso sejam infectados por um vírus ou bactéria.
“As pessoas que possuem alguma condição clínica que requer alguma vacina fora da rotina básica devem nos procurar com o encaminhamento do médico responsável pelo acompanhamento. Nós fazemos um cadastro do paciente e fazemos a solicitação do imunizante ao Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais do Hospital Municipal Rocha Maia, no Rio de Janeiro. Assim, a vacina chega de forma nominal até nós para este paciente”, pontuou Marlene, acrescentando que as solicitações são feitas no dia 20 de cada mês e que os imunizantes chegam a Barra Mansa no início do mês seguinte.
Transplantados
Os pacientes transplantados precisam atualizar toda a carteira de vacinação após os procedimentos médicos. “O paciente que acabou de fazer transplante, por exemplo, chega até nós com um calendário vasto, pois ele precisa colocar a imunidade em dia novamente, como se fosse uma criança. É feito um calendário, seguindo o tempo de transplante, pois cada vacina tem o seu tempo certo”, ressaltou.
Um dos pacientes acompanhados pelo setor de Referência Municipal de Imunobiológicos Especiais é o senhor Luiz Carlos de Carvalho, de 66 anos. Ele passou por transplante de medula óssea autólogo em fevereiro de 2021 e é tido como paciente padrão pela equipe da imunização. “O senhor Luiz é o nosso paciente-modelo, ele está com todas as vacinas atualizadas, com imunização agendada e que sempre nos procura para tirar dúvidas e manter o acompanhamento em dia”, destacou Marlene.
Luiz explica que sempre que vê uma campanha de vacinação procura o setor de referência para tirar dúvidas e saber se ele está incluído no público-alvo. “Vi essa campanha do sarampo na TV e por ser paciente imunosuprimido, achei que eu entraria no grupo de vacinados. Com isso, resolvi procurar o setor para ter a orientação correta. Eles me explicaram que eu só posso tomar daqui a dois anos. Fui orientado pela minha médica e estou sempre acompanhando as campanhas de vacinação e de olho na minha caderneta. Já tomei mais de 20 vacinas nesse período pós-transplante, isso sem contar as doses de Covid-19 e influenza. Venho aqui sempre, pois as vacinas têm um nome científico, então preciso buscar orientação, pois não posso adoecer”, disse.
O paciente deixou ainda um recado para as pessoas que não estão com o calendário vacinal em dia: “As pessoas precisam buscar informações corretas. Quem somos nós para contestar as vacinas? O mundo inteiro, desde criança, sempre se vacinou. Não podemos contradizer os profissionais que trabalham para que nós estejamos imunizados. Eu estou sempre aqui para me vacinar, não quero ficar doente novamente, passar por tudo que passei”, concluiu.