Equipe do setor de Zoonoses está intensificando os trabalhos preventivos contra a doença; até sexta-feira os testes serão realizados no bairro São Luiz
A prefeitura de Barra Mansa, através da Vigilância em Saúde Ambiental, está intensificando as ações preventivas contra a leishmaniose. Os testes rápidos em cães começaram nesta quarta-feira, 26, na Igreja São Luiz Gonzaga, no bairro São Luiz, e seguem até sexta-feira, 28, das 8h às 16h.
De acordo com o coordenador da Vigilância em Saúde, Antônio Marcos, Barra Mansa é destaque no programa de enfrentamento à doença. “Barra Mansa está entre os primeiros no diagnóstico de LVC (leishmaniose visceral canina) na região Sudeste. É importante ressaltar que a doença pode ser registrada em gatos também, mas os casos são mais raros nestes animais”, apontou.

A moradora do bairro, Conceição Aparecida do Nascimento, levou suas três cachorrinhas para a realização do exame. “Hoje eu trouxe a Kiara e a Nina, de oito anos, e a Rubi, de sete anos. No ano passado, elas também passaram por esse exame nelas. Sempre que têm ações como essas eu trago meus animais”, afirmou.
Maria Angélica Costa da Silva também levou seu cão e aprovou o atendimento. “Essa é a primeira vez que trago. Acho muito importante a realização do exame para a saúde do animal e também para a nossa, já que a doença também pode ser transmitida em humanos. Parabenizo toda a equipe que foi muito atenciosa”, destacou.
O médico veterinário Fernando Franco explicou a importância da realização dos testes e sobre a transmissão da doença para humanos. “Esse trabalho que realizamos é preventivo, fazemos a coleta do sangue dos animais para um teste rápido. De acordo com o resultado, nós encaminhamos para a análise no Laboratório Central Noel Nutels (LACEN-RJ). Este resultado volta para o município entre 30 e 45 dias e em caso positivo, o morador é orientado em relação aos procedimentos necessários, já essa não é uma doença que tem cura”, esclareceu.
De acordo com o coordenador do setor de Zoonoses, Nelson Carlos Olimpio, a ação segue um cronograma através da solicitação dos moradores. “Aqui no São Luiz nós ficaremos até sexta-feira. Já na próxima terça-feira, dia 1º de fevereiro, estaremos no bairro Nova Esperança.”, explicou, acrescentando que o morador que desconfiar que seu animal esteja com a doença pode pedir a visita pontual da equipe.
– A pessoa que verificar no seu pet um crescimento exagerado das unhas, conjuntivite e queda excessiva de pelos, que são sintomas da leishmaniose visceral, pode solicitar a coleta individual através do telefone (24)3326-2588 – concluiu Nelson.Sobre a doença

Os cães representam o reservatório da doença quando infectados pelo protozoário Leishmania, que é transmitido através dos insetos flebotomíneos, conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquira, birigui entre outros.
Os insetos desenvolvem-se em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos), por isso a melhor forma de combate ao mosquito vetor se dá por meio da higiene do ambiente limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição e destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das formas imaturas dos flebotomíneos, além de limpeza dos abrigos de animais domésticos.
A Leishmaniose Visceral pode acometer os humanos. A doença tem tratamento gratuito e disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde.
No entanto, o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) traz riscos para a Saúde Pública por favorecer a disseminação da doença, pois os cães não são curados parasitologicamente, permanecendo como reservatórios do parasita, além do risco de desenvolvimento e disseminação de cepas de parasitos resistentes às poucas medicações disponíveis para o tratamento.
A Leishmaniose Visceral no cão é de evolução lenta e início insidioso. O quadro clínico dos cães infectados apresenta um espectro de características clínicas que varia do aparente estado sadio a um severo estágio final.
A prevenção à doença pode ser feita com o uso da coleira antiparasitário, que deve ser adquirida pelo dono do animal.
Foto: Paulo Dimas