Mulheres do município receberam certificado em evento realizado na Fazenda da Posse

 

Nesta segunda-feira, 25 de julho, é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Para homenagear as mulheres negras que são inspirações pelo trabalho e trajetória, a Gerência de Promoção da Igualdade Racial e a Fundação Cultura Barra Mansa promoveram hoje um encontro para homenagear representantes de diferentes segmentos, na Fazenda da Posse, no bairro Barbará.

Todas as homenageadas receberam seus certificados individualmente, sob muitos aplausos de todos os presentes. A apresentação musical ficou por conta de Cecília Reis, que apresentou um repertório com ícones da cultura negra brasileira.

Sobre a importância, a gerente da Gerência de Promoção da Igualdade Racial, Deviane Costa, destacou que a data serve para refletir e alertar sobre a condição em que muitas mulheres negras ainda se encontram na sociedade. Dados alarmantes mostram que a mulher negra é a maior vítima de feminicídio e outras formas de violência no país, além das condições econômicas que muitas têm dificuldade de mudar.

“Quando você reflete sobre os problemas e a importância de discutir políticas públicas e também de reverenciar a força e a identidade desta mulher, você cria uma conscientização sobre a equidade”, disse Deviane.

Ela também destacou o trabalho que Barra Mansa tem desenvolvido em relação à questão racial, como o ligado à Lei 10.639, que traz a inserção do tema História e Cultura Afro-brasileira nas grades curriculares das escolas de Ensino Fundamental e Médio, tanto públicas quanto privadas. “Precisamos discutir os temas ligados à discriminação racial, sobre identidade da população negra dentro das escolas, o preconceito e suas consequências e, automaticamente, estimulando as crianças negras a se aceitarem, para terem sua autoestima reforçada e assim conquistarem o mundo. Quando a gente se movimenta pra cima a gente leva muita gente junto”, acrescentou Deviane.

O presidente da Fundação Cultura, Marcelo Bravo, contou durante o evento que um cadastro recente para aplicação Lei Aldir Blanc – de incentivo à cultura – demonstrou que a maioria das organizações culturais da cidade são lideradas por mulheres, sendo sobretudo negras.

“Nós ainda carecemos de informações de organizações sociais e culturais da cidade, como as casas religiosas de raiz africana. Basta a gente se organizar um pouco mais para conseguirmos capturar essas informações e enxergar com mais propriedade onde estão as mulheres negras que são lideranças e promovem o empoderamento e que conseguem se destacar, mesmo diante de todas as dificuldades. Hoje é mais uma singela homenagem que está longe do tamanho merecimento de todas, mas isso não diminui o valor e a importância desse reconhecimento”, comentou Bravo.

 

HOMENAGEADAS

As seguintes mulheres de Barra Mansa foram homenageadas: a diretora da Escola Municipal Nove de Abril e vice-presidente do Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Beatriz Braz de Souza Luciano; a cantora e professora de música Cecília Reis; a enfermeira Eliane Débora de Aleluia dos Santos; a assistente administrativa do Centro do Idoso, Gardênia Aparecida Valério Silvestre.

Além delas, a técnica de enfermagem do Hemonúcleo, Gilmara Cassiano de Oliveira Mendes; a enfermeira e supervisora das unidades do SUS de Barra Mansa, Kely Cristina Santos de Oliveira; a enfermeira Lúcia Avelino Maciel; a biomédica Maiara de Oliveira Maia; a professora de capoeira Marcelle Guimarães Raibolt; a administradora e empreendedora Margarida da Silva Alves; a professora, atriz e escritora Mônica Melanie Alves Viana; a psicóloga Rute Pereira; e a professora Valéria da Silva Lima.

 

MULHERES NEGRAS LATINO-AMERICANAS E CARIBENHAS

A data nasceu em 1992, ano em que foi realizado o Primeiro Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, na cidade de Santo Domingo, capital da República Dominicana. O evento, que contou com representantes de 32 países, foi realizado com o propósito de unir essas mulheres, além de estimular as denúncias ao racismo e ao machismo enfrentado por elas. Aqui no Brasil, o dia 25 de julho foi instituído como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, por meio da Lei 12.987, sancionada em 2014.