Com foco na Lei Paulo Gustavo, em tramitação no Congresso Nacional, iniciativa debateu sobre as aplicações dos recursos e a realização de um festival de cinema integrado
Representantes da Secretaria de Cultura de Volta Redonda, Fundação Cultura Barra Mansa e dos Conselhos Culturais de Barra Mansa e Volta Redonda se reuniram na noite desta sexta-feira (16), no primeiro Fórum Setorial Intermunicipal de Audiovisual. O evento aconteceu no Teatro Gamess II, na Vila Santa Cecília com a finalidade de debater e propor diretrizes comuns a aplicação dos recursos da Lei Paulo Gustavo, em tramitação no Congresso Nacional, iniciar as discussões sobre um festival de cinema integrado e discutir políticas públicas para o setor.
Na abertura do evento, a vice-presidente do Conselho de Políticas Públicas de Cultura-VR, Aline Ribeiro, fez uma apresentação geral da Lei Paulo Gustavo. Explicou que há cerca de duas semanas, a lei recebeu uma Medida Provisória da presidência da República, modificando o cronograma da liberação do recurso. “Já nos mobilizamos junto ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, para a devolução e anulação desta MP. Isso atrasa um pouco os prazos de repasse de verba, mas não impede que a gente estruture a publicação das minutas dos editais e os debates sobre a aplicação da lei aconteçam, envolvendo os fazedores de cultura do segmento audiovisual e a sociedade civil”.
Na sequência, o presidente da FCBM, Marcelo Bravo falou acerca do escopo geral das propostas, com foco na realização de um festival de cinema intermunicipal. “A intenção é fazer de maneira inédita, um convênio de cooperação para que tão logo os recursos estejam disponíveis seja preparado e realizado o festival de cinema. Nossa meta é construir coletiva e horizontalmente este processo de cooperação entre os municípios”.
Bravo anunciou um aporte de R$40 mil em recursos próprios para a realização do festival de cinema em Barra Mansa edição 2022, independente da Lei Paulo Gustavo.
O secretário de Cultura de VR, Anderson de Souza, falou sobre a importância da criação da cadeira para o audiovisual. Disse ainda que a intenção do município é investir na ocupação de territórios, como quadras e ginásios, descentralizando a cultura. “Volta Redonda concentra seus equipamentos culturais em locais específicos, como por exemplo, a Vila Santa Cecília. Temos 84 quadras cobertas e 10 ginásios nas áreas periféricas. Nosso intuito é adaptar parte destes espaços, criando salas e oficinas de projeção, permanentes e itinerantes. Também vamos retornar com o Projeto Palco sobre Rodas”.
Durante a o fórum foram exibidos dois curtas-metragens. O primeiro documentando a greve de 1988, de Erasmo Jose da Silva, e o segundo, O último Domingo, de Renan Brandão, inspirado no capítulo inicial do livro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
A principal proposta do Fórum foi a criação da cadeira de audiovisual no conselho de cultura de Volta Redonda. Para acompanhar esse trabalho uma comissão foi criada com o objetivo de elaborar uma minuta de lei, tramitar na Câmara Municipal e após a publicação, um novo fórum será convocado para a eleição dos primeiros representantes do setor de forma democrática e participativa.
Outras propostas surgiram como a criação de categorias para as produções de curtas-metragens, a realização de atividades nas periferias da cidade, o fomento à realização de oficinas e capacitação do setor e a garantia de acesso a todos nos equipamentos culturais já existentes.