Como em outras cidades do país, aglomerações causadas por filas nas agências bancárias exigem novos esforços do poder público
Com 69 casos de coronavírus confirmados em Barra Mansa, o prefeito Rodrigo Drable decidiu adotar novas medidas para reforçar as ações de combate à doença. Ao lado do secretário de Saúde, Sérgio Gomes, atualizou os números da Covid-19. Até o momento, o município realizou 298 testes. Deste total, 198 casos foram descartados, 30 curados e 31 estão sendo investigados, ou seja, são pessoas sintomáticas que realizaram o teste rápido, com resultado negativo. Porém, como forma de precaução, a Secretaria de Saúde decidiu pelo exame swab e aguarda o resultado do Laboratório Central Noel Nutels (Lacen), no Rio. Há um óbito confirmado pelo vírus e outros três em investigação.
A cidade contabiliza 18 internações de pacientes com suspeitas da doença. Um está no leito de CTI da Santa Casa, intubado e com auxílio de respirador mecânico. Em respiração ambiente, a mesma unidade médica concentra outros sete pacientes na enfermaria; há um paciente internado na UPA Centro; cinco no Hospital Santa Maria (rede privada); dois no Centro de Triagem e Tratamento da Covid-19 e dois no Hospital Regional. O Hospital da Mulher permanece sem internações para o vírus.
Em função da aglomeração de pessoas nas agências bancárias, serão instalados seis banheiros químicos na Praça da Matriz, no Centro, e no bairro Vila Nova. Foi determinado ao Saae-BM (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) o funcionamento em pontos estratégicos do município de 10 cabines emergenciais para a higienização das mãos. O equipamento, com pia, água, sabão e papel, já foi instalado próximo ao Restaurante Cidadão, Lojas Americanas, Praça da Matriz, terminal de ônibus atrás da Matriz de São Sebastião e Praça da Liberdade. A autarquia também está responsável pela distribuição de copos de água para aquelas pessoas que precisam aguardar horas nas filas dos bancos.
– Embora a organização do atendimento bancário e das filas sejam atribuições do Governo Federal, a prefeitura está atuando de maneira a amenizar as consequências das aglomerações formadas devido ao pagamento do auxílio emergencial. Vale ressaltar que esse problema não ocorre apenas em Barra Mansa, mas em todo o Brasil. As pessoas necessitam desse recurso para a sua sobrevivência e de seus familiares, porém existem falham na forma da distribuição dos recursos. Neste cenário, a Prefeitura adotou algumas medidas para ajudar na organização dessas filas nas vias públicas, orientando sobre o distanciamento de segurança determinado pelas autoridades de saúde, liberando espaços nas calçadas para transeuntes e proibindo o estacionamento de veículos ao longo das vias onde as agências bancárias estão instaladas – detalhou o prefeito.
Outra ação adotada foi a permanência de duas ambulâncias na Praça da Matriz para atender a convergência de pessoas entre a Caixa Econômica Federal e o Banco Itaú. Equipes da Secretária de Saúde estão intensificando o procedimento de higienização das mãos. Ao longo desta terça-feira, foram realizados atendimento de emergência em quatro idosos que desmaiaram na fila do banco.
Atividades comerciais podem ser paralisadas novamente
O prefeito não descartou a possibilidade de voltar a fechar as lojas de Barra Mansa. Segundo ele, 95% da população que precisa vir à rua estão fazendo o uso da máscara facial de proteção. No entanto, os outros 5% estão colocando todas as iniciativas implementadas pela prefeitura para a flexibilização do comércio em risco. “A inconsequência de alguns pode gerar prejuízos a muitas pessoas. Nós conseguimos reabrir as lojas, de maneira escalonada, organizada e com regras, mas isso não significa que o isolamento social acabou. As pessoas não podem relaxar e vir passear de mãos dadas, se abraçando e batendo papo, como se nada estivesse acontecendo. Há crianças sendo trazidas para as filas dos bancos e lojas, sendo expostas ao perigo de contágio. Só deve vir para o comércio aquelas pessoas com extrema necessidade”, alertou Drable.
Ele comentou ainda sobre a sua preocupação com a possibilidade do lockdown no Rio de Janeiro, ou seja, o bloqueio total do estado, com a proibição da circulação de pessoas e carros, e a transferência de doentes da capital para os leitos de CTI da Santa Casa, regulados pelo Governo do Estado. “O Rio está vivendo um momento trágico e esses leitos que são pagos pelo Estado podem ser ocupados por pacientes de outros municípios que não fizeram seu dever de casa, como Barra Mansa fez. Os leitos próprios do município na Santa Casa, Hospital da Mulher, UPA Centro e Centro de Tratamento e Triagem da Covid-19 não podem ser ocupados de forma impositiva pelo Estado. Mas diante da necessidade de preservação de vidas, é difícil negar esse atendimento, caso haja necessidade”, finalizou o prefeito.