Desde o dia 23 de março, espaço tem sido um importante meio de evitar a contaminação do Covid-19
Há mais de trinta dias, 18 moradores em situação de rua estão recebendo apoio da Prefeitura de Barra Mansa no Abrigo Municipal, instalado no Centro Lazer Feliz da Vida, no Ano Bom. O espaço funciona com diversas atividades que envolvem as secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social e do Grupo Acolher. Diariamente, os abrigados recebem quatro refeições e são acompanhados pelo Consultório de Rua, com atendimento médico e psicológico.
No abrigo, os moradores estão tendo a oportunidade de retomar os estudos, com aulas de português e matemática, além de participarem de treinos de futebol, tênis e queimada, com a supervisão de um profissional de educação física.
Segundo a gerente de Proteção Especial da Secretaria de Assistência Social, Edilene Moreira, todo dia é um novo desafio, porém o resultado tem sido positivo. “Todos os dias buscamos oferecer aos abrigados atividades que façam eles se sentirem importantes e parte da sociedade. Isso ajuda diretamente na autoestima. A gente entende que ninguém está na rua por opção, eles têm família, lar. Um dos nossos abrigados foi reinserido no seu ambiente familiar e nós temos intensificado esse trabalho de reinserção”, disse.
Um dos abrigados, um homem de 52 anos, contou que desde 2014 vive nas calçadas da cidade. Ele classificou o abrigo como uma nova chance de mudar de vida. “Antes de ir para as ruas, eu trabalhava, tinha uma boa família, mas me entreguei ao álcool e as drogas e tudo foi se desfazendo. Hoje estamos tendo nova oportunidade de seguir uma vida digna e eu não quero perder essa chance e nem ser aquele mesmo homem que vivia nas ruas”, garantiu.
Outra abrigada é uma mulher de 36 anos, natural de Volta Redonda, mas que ficou por cinco meses dividindo as ruas da cidade com os demais moradores em situação de rua de Barra Mansa. “Tenho marido e três filhos, saí de casa porque não aguentava mais a quantidade de brigas. Éramos dois usuários de drogas e isso estava atrapalhando a vida dos nossos filhos. Fiquei na rua por cinco meses. Quando fui informada sobre o abrigo, não pensei duas vezes e vim para cá. Descobri uma nova família e me tornei outra pessoa. Não pretendo voltar para as ruas nunca mais”, refletiu a mulher.