Data surgiu em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado na República Dominicana
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia de Tereza de Benguela, celebrados em 25 de julho, foram lembrados em Barra Mansa com uma programação especial do Projeto Afrosaberes, desenvolvido pela Fundação Cultura, em parceria com a GEPIR (Gerência de Promoção da Igualdade Racial). O AfroSaberes Mulheres contou com uma noite de reflexões sobre a luta e resistência da mulher negra realizada na Estação das Artes, no Centro. Com um público que lotou o espaço, temas como empreendedorismo e o enfrentamento à violência contra a mulher também fizeram parte do debate.
O encontro contou com a participação da vice-prefeita, Fátima Lima, da idealizadora do Patrulha da Mulher, Priscila Rocha Andrade, de integrantes do Grupo Ágora Mulher e Abadá Capoeira. Na ocasião, Fátima Lima lembrou da necessidade de abordar sobre a violência doméstica, como forma de disseminar informações sobre os equipamentos públicos de atendimento às vítimas e, assim buscar a redução dos índices de agressões.
– É um momento marcante em Barra Mansa, no qual temos a oportunidade de reafirmar as ações que dão sustentação a política de igualdade racial do município. Aproveito a oportunidade para parabenizar a gerente Deviane Costa pelo compromisso na condução dos trabalhos pertinentes à Pasta. Tenho orgulho de fazer parte de uma gestão que enxerga a necessidade de tratar de questões tão importantes, como o racismo e a discriminação. Acredito que a construção de uma sociedade melhor envolve a promoção da igualdade de oportunidades, com equidade – destacou a vice-prefeita, ressaltando que as estatísticas demonstram que a mulher negra é quem enfrenta em maior número as condições de pobreza, índice de violência doméstica e urbana, abandono familiar e menor acesso à educação.
Priscila Rocha apresentou dados da violência contra a mulher no município, com informações baseadas no Instituto de Segurança Pública. “No Estado do Rio, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aponta que em 2017 foram registrados 401 homicídios de mulheres. Deste total, 260, de mulheres negras. Neste mesmo ano, em Barra Mansa ocorreram 342 casos de ameaça; um de assédio sexual; 12 de calúnia; dois de constrangimento; 25 de dano; 41 de estupro; um de homicídio doloso; um de importunação; 205 de injúria; 367 de lesão corporal, dois de supressão, dois de tentativa de estupro; 14 de tentativa de homicídio e 13 de violação de domicílio”, enumerou Priscila.
Ela completou: “De maneira geral, os fatos tiveram maior incidência em mulheres com faixa etária entre 30 e 59 anos, solteiras e com ensino fundamental incompleto. Um detalhe que nos chamou a atenção diz respeito à aos registros de feminicídio, a maior parte acomete mulheres negras. Em 45% dos casos, a agressão foi cometida dentro de caso pelo companheiro ou ex-companheiro”.
Ainda durante o encontro, foram apresentados os resultados de um mês da Patrulha da Mulher, com 86 visitas em PSFs e CRAS em todos os bairros, 13 atendimentos a vítimas de violência doméstica, 1 prisão por descumprimento de medida protetiva e quatro novos registros na 90ª DP. A atuação da Patrulha é integrada a Guarda Municipal, Policia Militar, Centro de Referência Especializado em Assistência Social e Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
OUTROS DADOS – Em 2017, 338 mulheres foram vítimas de homicídio; 17.826 sofreram violência física e 15.319, violência psicológica. No primeiro semestre de 2018, foram registrados 258 homicídios, 13.643 casos de violência física e 13.202, de violência psicológica.