Uma série de intervenções foram realizadas, possibilitando a projeção do retorno das atividades comerciais, de forma segura
O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, atualizou os números do novo coronavírus. Ele também explicou as medidas estruturantes realizadas na área da saúde e outros segmentos com a finalidade de conter a propagação da Covid-19 no município.
O chefe do Executivo confirmou 31 casos da doença; 132 exames descartados, ou seja, negativos; 32 casos suspeitos; seis internações na Santa Casa, sendo quatro pacientes com quadro clínico estável e dois na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com auxílio de ventilação mecânica, além de cinco pacientes internados no Hospital Regional, localizado em Volta Redonda, também em tratamento clínico.
Com relação ao Centro de Triagem e Tratamento da Covid-19, em funcionamento desde a última quarta-feira (22), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Região Leste, o prefeito salientou não haver pacientes até o momento. Também reforçou que o quadro evolutivo do vírus em Barra Mansa se mantém estável.
Rodrigo Drable fez um breve relato sobre as ações que a Prefeitura vem implementando desde o fim de fevereiro, quando Barra Mansa confirmou o primeiro caso da doença no Estado do Rio de Janeiro e o terceiro no Brasil. “Nossa paciente foi diagnóstica positiva em 28 de fevereiro. Naquela época, não tínhamos experiência, base e um conjunto de informações sobre o coronavírus. Estruturamos a Santa Casa, inclusive com área de isolamento, a UPA Centro e as Unidades de Saúde para o atendimento aos pacientes, mantendo fluxos rigorosos e seguindo o protocolo determinado pelo Ministério da Saúde. Adotamos medidas bastante rigorosas. E é claro, fizemos uma série de restrições aos atendimentos emergenciais para evitar que as pessoas que não estavam com a suspeita do vírus viessem buscar atendimento e pudessem se contaminar. Chegou à vacinação contra a Influenza e Barra mansa montou o fluxo do procedimento de imunização, incluindo o sistema drive thru e vacinação domiciliar. Assim, foi possível vacinar os idosos sem qualquer tipo de aglomeração, sem riscos. Dia 16 de março paralisamos as aulas e na sequência, as atividades do comércio. Fomos a primeira cidade a parar o funcionamento das lojas. A medida foi seguida por outros municípios da região. Parei o comércio a fim de evitar o fluxo de pessoas nas ruas e o aumento da curva de maneira exponencialmente perigosa. Entendi, naquele momento, que era preciso parar o comércio para preparar a rede de saúde. O combinado foi que, quando a rede de saúde estivesse preparada para enfrentar a situação, quando a rede estivesse capacitada para receber maior número de pacientes, retornaríamos as atividades, de forma gradativa e organizada, com novos princípios de higiene e novas regras e hábitos para o funcionamento para evitar que o contágio aconteça”, detalhou.
Com referência ao quadro evolutivo da doença em outras cidades do Sul Fluminense, Rodrigo afirmou que alguns municípios perderam o controle da situação por não terem a rigidez que a administração municipal de Barra Mansa teve. “Os números falam por si só e ainda existe a rivalidade, onde querem dizer que está todo mundo igual. Não está não. Barra Mansa está muito melhor que as outras cidades. Aqui você conhece os pacientes, conhece quem está contaminado. Barra Mansa está com os números da Covid-19 equacionado, porque fizemos o que tinha que ser feito para conter a doença. Eu não subi em carro de som, não fiz ato político, mas adotei a postura necessária para que a cidade funcionasse, e funcionou. Nos últimos dez dias, tenho me reunido com as entidades representativas do comércio, com lideranças, infectologistas, Vigilância Sanitária e equipes da área da saúde para montarmos, em conjunto, à volta gradativamente do comércio com base em novos conceitos, como a manutenção e queda da curva dos casos positivos, a estruturação completa da rede de saúde, como está hoje, e a disponibilidade de leitos adequados e com margem de segurança, já que a contaminação se dá de forma rápida. E isso, nós temos. Foi tudo feito com antecedência, de forma planejada. Os nossos números falam por si só”.
Drable acrescentou: Por enquanto, não há cura para o novo coronavírus. Não há como dizer o momento certo para voltar às atividades com segurança, pois isso depende do desenvolvimento de uma vacina. A projeção é que esta vacina para controle da doença fique pronta em um ano, no mínimo. Como segurar as pessoas em casa por esse longo período? O Governo Federal já está acusando a falta de recursos para pagar a segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600. Barra Mansa comprou 14.740 cestas básicas. Não conseguimos comprar para todas as pessoas que necessitam e conforme a nossa vontade. Foram 12 mil cestas destinadas às famílias de estudantes da rede municipal em substituição à merenda escolar; 500 unidades para a Secretaria de Assistência Social atender os cadastrados no órgão e outras 240 para os CRAS. A arrecadação do município já caiu em torno de R$ 25 milhões, o que significa 5% da nossa receita anual. O nosso orçamento está equilibrado porque fizemos cortes drásticos por todos os lados. Se a situação perdurar, o colapso será imenso porque aquelas pessoas que recebem salários, aposentados, pensionistas e ativos da Prefeitura entram em área de risco. O comerciante está preocupado com a sua subsistência, mas também com a manutenção dos empregos dos seus funcionários. Chegou o momento de facultar as pessoas o direito de manter ou não o seu isolamento. As crianças serão mantidas neste quadro. Mas existem aquelas pessoas que entendem que há riscos, no Brasil e em todo o mundo, mas precisam voltar ao trabalho para garantir o sustento de suas famílias. Para esses cidadãos está sendo facultado esse direito”, afirmou.
Presidente da CDL de Volta Redonda se pronuncia sobre medidas implementadas por Barra Mansa
O presidente da CDL-VR (Câmara de Dirigentes Lojistas), Gilson de Castro, disse que o prefeito de Barra Mansa tomou uma série de medidas acertadamente.
– Tenho acompanhado as ‘lives’ do Rodrigo Drable e, sinceramente, me surpreendi com o nível de consciência que ele vem demonstrando. Barra Mansa tomou todas as medidas preventivas na área da saúde que eram necessárias. Da mesma forma, vem agindo com relação à economia do município. A gente não pode parar. Para se ter noção, Volta Redonda já demitiu cerca de cinco mil trabalhadores e isso é uma catástrofe. O comércio não tem como fazer folha de pagamento e manter o número de empregos com as portas fechadas. O Rodrigo está tendo esta consciência, encarando a pandemia do coronavírus pelo aspecto da preservação de vidas, tanto sobre a ótica da saúde, quanto da economia – afirmou.
Gilson ressaltou ainda que ninguém quer a reabertura do comércio de qualquer forma, sem que haja um planejamento estruturante e segurança. “Penso que Volta Redonda precisa fazer o que Barra Mansa fez, mantendo uma gestão cuidadosa na saúde e buscando reabrir o comércio de forma proporcional”, concluiu.