Estimativa é de que existam no município cerca de 200 crianças e jovens com TEA. Prefeitura oferece atendimento diferenciado nas Salas de Recursos Multifuncionais instaladas nas escolas pólos e em oficinas do Capsi
O Cemae de Barra Mansa (Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado), juntamente com a Associação Autismo e Superação, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e o Centro de Atendimento Psicossocial Infantojuvenil, promoveu na manhã deste sábado (02), atividades de conscientização sobre o transtorno do espectro autista. A iniciativa realizada na Praça da Matriz teve a finalidade de chamar a atenção da sociedade acerca do acolhimento, inclusão e respeito às pessoas com TEA.
Durante o evento foram feitas abordagens e distribuído informativos à população. A atividade teve apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas, Associação Comercial, Industrial, Agropastoril e Prestadora de Serviços, Câmara de Vereadores e alunas do curso de formação de professores do Colégio Estadual Baldomero Barbará. Entre os participantes, a vice-prefeita, professora Fátima Lima e a coordenadora do Cemae, Sônia Coutinho. Elas se pronunciaram sobre a ação.
Fátima Lima ressaltou que uma vez o governo municipal mostrou o trabalho de inclusão que é realizado na cidade. Também elogiou o trabalho de Sônia Coutinho. “Ela é uma guerreira. Iniciou esse trabalho há décadas atrás e continua na luta com sua equipe maravilhosa. Tem meu respeito e gratidão. Só se dedica a causa do autismo e outras deficiências quem verdadeiramente tem Jesus no coração”.
Conforme detalhado pela coordenadora do Cemae, Sônia Coutinho, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. “Ainda não foram descobertas todas as causas possíveis dessa condição. Existem diversos fatores como, ambientais, biológicos e genéticos. A hipótese mais aceita é a genética. Criança que tenham pessoas com TEA na família, possui maior probabilidade de também ser diagnosticado com o transtorno”, explicou.
O autismo tem prevalência em meninos. Porém, as meninas podem demonstrar autismo de forma distinta e não terem o diagnóstico preciso e precoce. Por isto, a observação e a avaliação profissional são tão importantes. Com a intervenção precoce, é possível oferecer à criança ferramentas e estímulos que aproveitem logo nos primeiros dois anos de vida a neuroplasticidade cerebral, que é a capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito é exposto a novas experiências.
A professora do Cemae e responsável pela Casa Azul, Maria de Lourdes Faria Barbosa, lembrou que no Brasil ainda não existem pesquisas sobre a incidência de pessoas com TEA. Este item foi incluído nas pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) a partir deste ano.
– Em Barra Mansa, a projeção é de que existam cerca de 200 cidadãos com TEA. Este dado foi extraído dos números de alunos matriculados nas redes pública e particular de ensino. Observamos também um número expressivo de alunos na educação precoce em investigação/TEA por apresentarem atrasos no desenvolvimento humano ou características/sintomas do Transtorno do Espectro do Autismo – explicou a educadora.
Segundo Maria de Lourdes, esses alunos estão matriculados regularmente nas escolas do município e recebem atendimentos gratuitos e diferenciados no Capsi, serviço de saúde mental que oferece terapias dentro da proposta do Sistema Único de Saúde, além de acolhimento e tratamento multiprofissional, e o Cemae, órgão que oferta atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, nas escolas polos.
CASA AZUL – Ainda neste primeiro semestre de 2022, a Prefeitura de Barra Mansa irá inaugurar o Centro Municipal de Referência para Atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista, popularmente conhecido como Casa Azul.
De acordo com o secretário de Educação, Marcus Vinícius Barros, os atendimentos acontecerão no contraturno do ensino regular, através de AEE (Atendimento Educacional Especializado), respeitando as normativas legais atualizadas, com a realização de diversas oficinas desenvolvidas por uma equipe de profissionais que se baseiam na ciência da análise comportamental aplicada. “Nossa meta é promover um processo educacional capaz de desenvolver as habilidades do aluno com transtorno do espectro autista, tanto em atendimentos especializados quanto no ensino regular, envolvendo a rede de apoio com foco na inclusão social”, concluiu.