Iniciativa visa à preservação ambiental

O programa de coleta de óleo de cozinha usado desenvolvido pelo Saae-BM (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) arrecadou, entre janeiro e dezembro de 2020, cerca de 26 mil litros de óleo. Com a iniciativa foi possível evitar que o produto fosse descartado de maneira incorreta prejudicando o meio ambiente e acarretando outros prejuízos públicos, como a retenção da gordura na rede de esgotamento sanitário.

O recolhimento do óleo vegetal usado é feito sistematicamente em 62 bairros de Barra Mansa uma vez por semana, mas existem pontos fixos de coleta em locais estratégicos, como padarias, lanchonetes, restaurantes e açougues. Por conta da pandemia da Covid-19, a coleta realizada nas unidades escolares está suspensa temporariamente.

O diretor executivo do Saae-BM, Adilson Rezende, explicou que o recolhimento do óleo de cozinha usado é feito pelos cooperados da Coopcat (Cooperativa Mista de Catadores de Materiais Recicláveis) há cerca de oito anos. “Os cooperados comercializam o produto com empresas especializadas na fabricação de biodiesel, lubrificantes, sabão e até fontes de energia alternativa”, disse.

Em 2012, quando o programa foi implantado, foram processados 40.680 litros de óleo. Em 2013, 39.557 litros. Já no ano seguinte, a quantidade atingiu 43.307 litros.

Em 2015, houve uma leve queda no quantitativo de óleo coletado, chegando a 42.670 litros; porém em 2016 os números despencaram para 22.833 e em 2017 atingiu 16.529 litros coletados.

A coleta de óleo passou por uma reestruturação e em 2018 foram processados 26.805 litros. Em 2019, a parceria estabelecida com 35 escolas públicas possibilitou a coleta de 37.485 litros de óleo.

Em 2020, a pandemia da Covid-19 também influenciou na quantidade coletada do produto, já que as aulas foram suspensas e os estabelecimentos comerciais parceiros tiveram que se ajustar às novas regras de funcionamento. Com isso, o acumulado durante os 12 meses foi de 26 mil litros de óleo. Em janeiro deste ano, a Coopcat já coletou quatro mil litros do produto.

O gerente do setor de Destinação Final de Resíduos, responsável pelo Programa de Coleta Seletiva, Sérgio Antônio da Silva, lembrou que o óleo disponibilizado para a coleta deve ser acondicionado em uma garrafa PET com tampa e acrescentou: “Os comerciantes que geram óleo e ainda não conhecem o programa podem fazer contato com a Coopcat pelo telefone (24) 3322-5206. Nós vamos até o local, fazemos o cadastro e deixamos o recipiente adequado, no caso, as bombonas, para armazenamento do produto e posterior coleta”.

 

IMPACTOS DO DESCARTE IRREGULAR DO ÓLEO VEGETAL

– No solo

Na terra, o resíduo causa a impermeabilização do solo, impedindo a infiltração da água. Isso destrói a vegetação e colabora para o aumento de enchentes. Além disso, ao passar pelo processo de decomposição, gera formação de gás metano, que causa mau cheiro e é um dos gases do aquecimento global.

– Na rede de esgoto

Ao ser descartado em pias ou vasos sanitários, o óleo acaba se solidificando nas tubulações, causando entupimentos e extravasamentos de esgoto tanto nas vias públicas quanto dentro das residências.

– Nos mananciais de água

Já em situações em que não existe um sistema de tratamento de esgoto, o óleo se espalha pela superfície dos rios e represas, aumentando o processo de eutrofização — redução de oxigênio nos corpos d’água devido ao acúmulo de matéria orgânica presente. Isso acaba contaminando a água e prejudicando a vida de espécies que habitam nesses locais.